As autoridades angolanas retiraram recentemente a licença de exploração de diamantes à Sociedade Mineira do Camatchia Camagico, na mina do Luó, situada na Província da Lunda Norte.
Na base desta decisão estiveram problemas operacionais, inviabilidade técnica, incumprimentos legais para com o Estado, credores e fornecedores, razões que motivaram a ENDIAMA E.P. a assumir a gestão da mina.
Estes dados foram avançados Sábado pelo Presidente do Conselho de Administração da Diamantífera Angolana, José Manuel Ganga Júnior, durante uma conferência de imprensa que decorreu no Luó.
O responsável, sublinhou que a mina já não era rentável, tendo também acumulado um volume de dívidas que ronda os 530 milhões de dólares, resultante do incumprimento nos pagamentos de obrigações fiscais, segurança social dos funcionários impostos sobre rendimentos de trabalho e IRT.
A Sociedade operava com prejuízos sucessivos, em condições que não permitiam o reembolso das despesas.
Entretanto, os níveis de produção da mina rondavam os cinco milhões de quilates mês, com uma receita de um milhão e meio de dólares norte-americanos, o que foi “manifestamente pouco para a estrutura dos custos operacionais”, afirmou Ganga Júnior.
Na ocasião, o PCA ressaltou que os problemas da empresa, que tinha como accionistas a Escom Alrosa, com 45% das acções, Endiama com 30%, Hipergesta com 15% e Angodiam com 10%to, terão resultado de problemas conjunturais. A mina, tem excelentes teores e números significativos de quimberlitos, que vão permitir a revitalização.
Com a retirada da licença à Sociedade Mineira do Camatchia Camagico, a Endiama indicou uma Comissão de Gestão que vai prosseguir com as actividades operacionais, até que se encontre novos parceiros.
Enquanto isso a Empresa vai manter os 352 postos de trabalho, dos quais 23 ocupados por expatriados e acompanhar as tarefas da Comissão de Gestão, cujo desafio passa, pela recuperação de uma das duas centrais de tratamento que se encontram avariadas.
A Endiama espera que a Comissão de Gestão, aumente a produção da mina dos actuais 5.000 para 8.000 quilates mês, nos próximos tempos e ter um projecto robusto, lucrativo, capaz de criar mais postos de trabalho e riqueza para o país”, explicou Ganga Júnior.
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